CRA: Conheça o Certificado de Recebíveis do Agronegócio


Os Certificados de Recebíveis Agrícolas ou Imobiliários (CRA e CRI) representam ativos de renda fixa emitidos por empresas securitizadoras, visando o financiamento de atividades nos setores agrícola e imobiliário. Dada sua relevância para a economia nacional, os investimentos nessas modalidades desfrutam de isenção de Imposto de Renda, um atrativo significativo para diversos investidores.

Uma das principais vantagens dessas aplicações é a atrativa rentabilidade, superando outros títulos de renda fixa, como o Tesouro Direto. Portanto, os Certificados de Recebíveis se configuram como uma opção interessante para investidores que buscam alternativas mais arrojadas dentro das opções de renda fixa.

A distinção crucial entre CRIs e CRAs reside no destino dos recursos. Enquanto os investimentos em CRIs financiam operações imobiliárias, entre outras atividades do setor, os CRAs destinam-se a apoiar a produção, comercialização ou industrialização de produtos, insumos ou máquinas no agronegócio.

Este artigo se concentrará no funcionamento do CRA, destacando-o como um investimento promissor devido à robusta produção agrícola do país. Explore conosco os motivos pelos quais o CRA pode ser uma escolha sólida para sua carteira de investimentos.

Riscos Associados a Investimentos em CRA:

Ausência de Proteção pelo FGC:

Até 2016, tanto o CRA quanto o CRI contavam com a proteção do FGC. Contudo, essa garantia foi retirada pelo governo, aumentando os riscos de mercado e de crédito para os investidores, uma vez que essas modalidades não contam mais com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos.

Baixa Liquidez:

Um aspecto a considerar é a baixa liquidez desses investimentos. Normalmente, os resgates só são possíveis no vencimento, tornando-os mais adequados para investidores com horizonte de longo prazo. Caso seja necessário liquidar antes do vencimento, é preciso recorrer ao mercado secundário.

Rentabilidade:

A avaliação dos riscos também passa pela comparação de rendimentos. Como é comum nos mercados financeiros, maior potencial de rentabilidade está associado a riscos mais elevados. Portanto, é crucial refletir sobre se a exposição a esses riscos está alinhada aos objetivos do investidor.

A Atratividade do Investimento em CRA:

Isenção de Imposto de Renda e IOF:

A isenção de Imposto de Renda torna-se um ponto decisivo para muitos investidores. Além do IR, esses ativos também são isentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No caso de pessoas jurídicas, apenas o IOF permanece isento.

Boa Atratividade:

Ao analisar a relação entre risco e retorno, os CRAs se destacam como investimentos atrativos, oferecendo rendimentos superiores a outros ativos de renda fixa, como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Dispensa a Necessidade de um Banco:

A aplicação em CRA ocorre por intermédio de uma companhia securitizadora, eliminando a necessidade de uma instituição bancária no processo.

Diversas Possibilidades de Remuneração:

Além da rentabilidade atraente, investidores em CRAs podem escolher entre diferentes formas de remuneração, como percentual superior ao CDI, CDI somado a uma taxa de juros prefixada, ou inflação/índices de preços + taxa prefixada, com periodicidade de pagamento flexível.

Isenção de Taxas:

O investimento em CRA também se beneficia da isenção de taxas de administração, performance e custódia, embora algumas securitizadoras possam aplicar essas taxas.

Liquidez no Mercado Secundário:

Apesar da limitada estrutura do mercado secundário, a possibilidade de troca de títulos entre investidores oferece liquidez, permitindo resgates antes do vencimento e a oportunidade de venda por um valor superior ao de compra.

Garantia em Caso de Falência do Emissor:

Mesmo sem a cobertura do FGC, o "Rating" determina o risco de cada empresa, proporcionando segurança aos investidores. Classificado por agências de risco, o "rating" varia de "AAA" (baixo risco e boa saúde financeira).

Funcionamento do Investimento em CRA:

O investimento em CRA inicia-se quando uma empresa concede créditos para financiar empreendimentos agrícolas ou antecipar pagamentos a prazo. A securitizadora entra em cena, transformando esses créditos em títulos vendidos aos investidores. A empresa do agronegócio, ao solicitar um empréstimo para antecipar pagamentos, gera direitos creditórios. As securitizadoras convertem esses empréstimos em ativos oferecidos aos investidores como títulos, sendo que investidores de CRA podem ser tanto pessoas físicas quanto jurídicas, com rentabilidade isenta de IR apenas para pessoas físicas.

Como Investir em CRA:

Para investir em CRA, é necessário abrir uma conta em uma corretora de valores e escolher o título na plataforma, podendo ser feito diretamente por ofertas públicas no mercado primário ou de outros investidores no mercado secundário. Aspectos como rentabilidade, investimento mínimo e prazo devem ser considerados. O CRA é destinado a investidores qualificados, geralmente com investimentos mínimos elevados, e é uma opção para objetivos de longo prazo.

Por que Investir em CRA:

O crescimento do agronegócio no Brasil, somado aos incentivos governamentais, torna os investimentos em certificados de recebíveis agrícolas vantajosos. Diferenças em relação a outros investimentos, como LCA, CRI, CDB e debêntures, devem ser analisadas, considerando os objetivos do investidor.

Como Declarar CRA no Imposto de Renda:

Embora isentos de Imposto de Renda, investimentos em CRAs devem ser informados na declaração. O processo envolve a inclusão do saldo total do investimento na ficha "Rendimentos Isentos e não Tributáveis", com indicação do CNPJ da securitizadora. Detalhes sobre a modalidade do título, nome da companhia emissora e número da conta também devem ser fornecidos. Rendimentos passados devem ser declarados nos campos "Situação em 31/12/2018" e "Situação em 31/12/2019".